Trecho do livro: A práxis pedagógica do psicopedagogo em um ateliê de arte bilíngue
DO ADVENTO DA NOVA EDUCAÇÃO
O relato de diversos profissionais que trabalham
na coordenação pedagógica mostra a sociedade as
dificuldades encontradas para a realização de um
trabalho coletivo que, leve em consideração a
dificuldade individual, tanto dos professores, quanto dos
alunos por eles assistidos em atividades que buscam
solucionar as dificuldades de aprendizado.
Fica-nos clara, a importância primeira de motivar
os professores, para que, ao entrarem na escola, sintam o
ambiente leve e acolhedor. As diversas pressões
sofridas por esses profissionais, quer no âmbito familiar,
quer no profissional, desestruturam-nos físico e
emocionalmente.
Ao citar as diversas mudanças educacionais
ocorridas no Brasil, principalmente na década de
noventa, somos impelidos a refletir sobre algo novo,
próprio do professor moderno, e pouco averiguado.
Durante as reuniões com professores antes do
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atendimento psicopedagógico, deparamonos com a
frustração dos professores ao tentarem ensinar
utilizando as concepções da nova pedagogia, que não é
bancária, nem, enciclopédica, com alunos hiperativos,
falantes em demasia ou taciturnos; Portadores de
Necessidades Especiais ainda pouco estudadas.
Nos tempos idos, o professor ensinava e seu
maior prazer era oriundo do saber exposto pelos alunos
que, apesar de impositivo e puramente decorativo,
permanecia na mente da pessoa por longos anos, se
não por toda vida como no caso da gramática. Porém,
acreditase no senso comum que não se importava com
o aluno, tampouco com seus sentimentos, mas isso não
é real frente aos dados encontrados nas monografias e
teses das universidades em todo o mundo, desta forma,
tanto a nova educação como a antiga, mostramse
eficazes quando o amor norteia o trabalho, a
preocupação com o aluno e sua felicidade ao estudar
são atenciosamente cuidadas e apoiadas pelo tripé da
Educação: Família, Escola e Sociedade.
O professor moderno, luta para não ser um
déspota que impunemente obriga os alunos a
não decorarem textos e palavras, mas, depara-se com o
terrível cenário que se encontra à mostra, como que a
ironizar as infrutíferas investidas dos mestres sobre a
educação tradicional. Falta-nos, penetrar o cerne da
problemática. Talvez, o toque final, e quiçá o “golpe de
misericórdia” sobre a temível barreira, seja tão somente,
ver-se no aluno, ao invés de tentar ser apenas
motivador, atrativo, emocionante e não impositivo. É
preciso mais que isso. Não há necessidade de duelar
cruelmente com a educação. Ainda menos, tentar ser
como o aluno. Seja ele e você ao mesmo tempo. Quem
sabe o segredo não esteja escondido na aula ao pé da
árvore, uma poética imagem que recorda os
professores a mais antiga imagem sobre o magistério.
Podemos levá-los até a árvore, e não exigir apenas
dominar o assunto e querer silêncio, isso demonstra
claro descaso para com o jovem aprendiz, e esse,
percebe clara ou inconscientemente essa falta de
preparo e divaga em outros pensamentos afastando-se
da proposta. E, apesar do objetivo de conseguir silêncio
ser alcançado, o objetivo maior que era o aluno
aprender, foi perdido.
Não é sem razão que devemos considerar o
emocional do mestre como forte potencializador no
rendimento do educando, assim, faz-se mister,
proporcionar ao educador uma vida feliz e repleta de
realizações; não esquecendo de formá-lo
permanentemente. Uma parceria entre a escola e o
psicopedagogo pode ajudar não apenas um aluno, mas
seu professor quando o trabalho é feito em parceria, e o
raio de ação é muito maior, pois, o professor feliz com
seus resultados frente a um aluno com dificuldades que
se transforma em modelo, o faz querer o mesmo para
com os outros alunos, e a práxis do psicopedagogo
possibilitou tal equilíbrio no pequeno grupo social da
sala de aula, extrapolando os limites de um consultório
ou sala de atendimento do psicopedagogo, pelo simples
fato de que um diálogo frequente com a escola
possibilita ao psicopedagogo mesmo distante em sua
sala de atendimento, muitas vezes em outro bairro,
conseguir fazer um excelente trabalho.
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